Fabrício da Silva Lima detalhou agressões que teriam sofrido após ser preso; dois policiais militares também foram detidos por suspeita de envolvimento no crime
Brasnorte (MT) — Em depoimento chocante durante audiência de custódia realizada neste domingo (03), Fabrício da Silva Lima, um dos suspeitos presos pelo assalto à agência do Sicredi em Brasnorte, revelou ter sido torturado por policiais civis após a prisão. Segundo ele, as agressões aconteceram numa fazenda isolada, onde teria sido espancada e submetida a técnicas de sufocamento com pano molhado.
O caso veio à tona após a operação que desmantelou a quadrilha responsável pelo assalto realizado na última quinta-feira (31). Durante a ação criminosa, os bandidos agiram com violência, efetuaram disparos e fizeram reféns na unidade bancária.
Policiais militares também são presos
Dois policiais militares, identificados como Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva, também cumpriram prisão preventiva decretada. Eles são suspeitos de colaborar com os criminosos, retardando o atendimento à ocorrência e até simulando confronto com tiros, a fim de facilitar a fuga dos assaltantes.
Durante a audiência, foi relatado que ambos entraram em contato com os criminosos antes do roubo e que havia uma promessa de pagamento pela omissão.
Declarações de Fabrício em justiça
Com voz embargada, Fabrício contou que foi levado para um local desconhecido onde começou a ser agredido ainda antes de prestar depoimento formal. "Me jogaram no chão, bateram, jogaram pano molhado no meu rosto, eu quase morri sufocado. Eu só falei o que eles queriam ouvir", disse o suspeito à juíza de custódia.
As declarações levantam questionamentos sobre os procedimentos utilizados na prisão e podem impactar diretamente na legalidade das provas apresentadas até aqui.
Seis pessoas presas até o momento
Além de Fabrício e dos dois PMs, outras três pessoas foram detidas suspeitas de envolvimento direto no assalto. Entre os presos está Valdemar do Nascimento Alves, apontado como um dos chefes da organização criminosa.
De acordo com as investigações, uma quadrilha pretendia fugir do estado após o roubo, utilizando rotas alternativas pela zona rural, mas acabou interceptada graças ao cerco policial.
Justiça mantém prisões e promete apurar denúncia
Apesar das denúncias de tortura, a Justiça manteve as prisões preventivas de todos os envolvidos, incluindo os policiais militares. A magistrada responsável determinou que o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil investiguem as acusações de agressão contra Fabrício.
"Se for convincente o uso de tortura, os responsáveis serão punidos na forma da lei. Mas isso não anula os compromissos fortes de autoria e materialidade do crime de roubo qualificado e associação criminosa", destacou a juíza.
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