Mistura láctea, óleo composto, bebida sabor café; sabe o que são?

Publicado em 04/08/2025
Por Aqui Agora

Mistura láctea, óleo composto, bebida sabor café; sabe o que são?

Há anos eles estão no mercado, mas sua presença se tornou maior no pós-pandemia. Antes o leite condensado dividia a prateleira com as misturas lácteas, mas agora os "genéricos" chegam ao café, que recebeu o apelido de "café fake". Mas eles são a mesma coisa? Conforme especialistas, os “alimentos fakes” são produtos que se apresentam como algo que não o são, seja pela aparência, pelo nome, ou mesmo pela forma de divulgação, mas a composição é diferente.

 

Muitas vezes, eles utilizam ingredientes substitutos de qualidade inferior, mas mantêm elementos que induzem o consumidor a acreditar que se trata do alimento tradicional. Com a adição de açúcares, gordura e conservantes, os falsificados vão muito além de uma opção mais barata.

 

Para auxiliar a perceber as diferenças e destacar os impactos do consumo destes produtos, o , conversou com a professora doutora em Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Adriana Paiva de Oliveira. Ela explicou como o menor custo pode ter auxiliado na propagação desses produtos e como o consumidor ainda não consegue diferenciar ao se comparar com eles nas prateleiras dos supermercados.  

Arquivo Pessoal

Professora Adriana Paiva

 


“Esses produtos, que parecem os alimentos tradicionais, têm alterações na sua composição, com a presença de aditivos alimentares, espessantes, conservantes e outros ingredientes de menor custo que não estão às vezes especificados nos rótulos e que, por isso, podem dificultar com que o consumidor consiga identificar o que é um alimento real do alimento falso”, descreve a professora.


Para perceber o que realmente o consumidor está comprando é necessária uma leitura minuciosa do rótulo, já que as embalagens dos produtos são parecidas e, muitas vezes, a distinção está nas letras miúdas que pouca gente dá atenção.


"Além de ler o rótulo, conseguimos diferenciar a partir dos preços muitos baixos, onde é possível perceber uma diferença de até metade do valor do produto original. Um exemplo, o leite condensado, que pode chegar até R$ 8, enquanto a mistura láctea, o produto falso, é encontrada por até R$ 2,50", explica a professora.


Os valores podem até fazer bem para o seu bolso, mas não são "amigos da saúde", isso porque esses produtos possuem uma qualidade nutricional inferior.


"Esses produtos possuem uma adição de açúcar, de sódio, de gordura, que são prejudiciais à saúde, porque são ingredientes ultraprocessados. O consumo excessivo desses alimentos pode levar à obesidade, diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, entre outras doenças", elenca.


A professora pontua que os principais fatores para a popularidade desses produtos nos mercados são o encarecimento das questões-primas e a necessidade de manter os preços competitivos para atrair consumidores com produtos mais baratos.


"A venda desses produtos é autorizada porque os rótulos e embalagens precisam mostrar que aquele não é o produto original. Como é um mercado novo, é necessário que o consumidor fique mais atento porque ele pode perceber, mesmo que escrito pequenininho embaixo", orienta.

 

Parece, mas não é


Os alimentos falsificados se diferenciam dos originais pelo aroma, textura e no sabor. "Percebemos que o café não tem aquele cheiro forte marcante, o leite condensado não tem aquela textura que estamos acostumados e o chocolate também não vai ter o mesmo sabor. Então, são diferenças que conseguimos perceber quando esses produtos são usados na culinária", exemplifica.