Foragido, servidor está há 30 anos no TJ-MT e ganha R$ 36 mil

Até a manhã desta sexta-feira (1º), o servidor não havia sido encontrado, nem foi entregue à Polícia Civil de Mato Grosso, sendo considerado foragido.

Publicado em 02/08/2025
Por Aqui Agora

Foragido, servidor está há 30 anos no TJ-MT e ganha R$ 36 mil

Alvo de uma operação da Polícia Civil por suspeita de desvios no Tribunal de Justiça, o técnico judiciário Mauro Ferreira Filho é servidor da Corte há 30 anos. Ele recebeu, no mês de junho deste ano, um salário de  R$ 36,7 mil  líquidos.

 

Mauro recebeu mandado de prisão expedido no âmbito da Operação Supulcro Caiado, deflagrada na quarta-feira (30). 

 

Até a manhã desta sexta-feira (1º), o servidor não havia sido encontrado, nem foi entregue à Polícia Civil de Mato Grosso, sendo considerado foragido.

 

O sistema de transparência do Poder Judiciário mostra que Mauro ingressou como servidor em 4 de julho de 1995, atuando atualmente na Divisão de Execução Financeira .   


O técnico judiciário tem como remuneração base R$ 12.763,90. Em junho, por exemplo, ele recebeu o valor total de  R$ 43 mil,  somando vantagens .  Descontados os impostos, recebi  R$ 36,7 mil . Já em julho o salário bruto consta como  R$ 22,4 mil , e o líquido  R$ 16,9 mil

 

“Peça chave” do esquema

 

A Sepulcro Caiado investiga um grupo que teria atuado por anos manipulando registros da conta de depósitos judiciais para viabilizar saques indevidos, transferências simuladas e fraudes documentais, com prejuízo aos cofres públicos e às partes envolvidas em processos judiciais.

 

Além de Mauro, o inquérito envolve advogados e empresários, todos os suspeitos de integrar o núcleo operacional e financeiro do esquema. As investigações apontam que os desvios podem ultrapassar R$ 21 milhões.

 

Conforme as investigações, Mauro atuava diretamente no setor responsável pelas transferências da conta única do Tribunal para contas vinculadas a processos judiciais fraudulentos. Segundo o delegado responsável pela operação, Pablo Carneiro, ele era peça-chave no esquema.

 

“Esse servidor pode fazer a entrega da conta única do TJ. São valores antigos, de processos que estão parados há vários anos. Ele transferia valores dessa conta para contas vinculadas aos processos”, explicou o delegado.  

 

Com os documentos forjados, segundo a Polícia, Mauro realizou transferências dos valores de conta única do TJ-MT para contas vinculadas aos processos, possibilitando, assim, o saque por meio de alvarás judiciais.