Primavera do Leste (MT), 30 de julho de 2025 – A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos atravessa seu momento mais tenso dos últimos anos. A partir desta sexta-feira, 1º de agosto, entra em vigor uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os EUA, atingindo diretamente setores estratégicos como café, carne bovina, suco de laranja e aeronaves da Embraer.
A medida foi determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump, que tem sofrido a política externa com países que, segundo ele, não oferecem garantias de segurança jurídica, liberdade de expressão e um ambiente regulador confiável às empresas americanas.
Café brasileiro representa 33% do consumo dos EUA
Entre os produtos mais afetados está o café, do qual o Brasil é o maior exportador mundial. Somente os Estados Unidos consomem cerca de um terço do café brasileiro exportado, sendo esse um dos principais itens da pauta de exportação nacional. Com a nova tarifa, o preço final ao consumidor americano pode aumentar significativamente, enquanto os produtores brasileiros, especialmente os pequenos, enfrentam riscos de prejuízos severos.
**Brasil tenta negociar; Alckmin lidera conversas com gigantes da tecnologia**
Diante da crise, o governo brasileiro tem se mobilizado para evitar um desequilíbrio nas relações bilaterais. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, liderou reuniões com representantes de grandes empresas de tecnologia — como Google, Meta, Amazon, Apple e Visa — e também conversou com representantes do governo dos Estados Unidos.
Durante os encontros, Alckmin propôs a criação de uma mesa de diálogo permanente para tratar de temas como segurança jurídica para investidores estrangeiros, ambiente regulatório estável, liberdade de expressão nas plataformas digitais e o fortalecimento da inovação tecnológica no Brasil.
Fontes do governo também confirmaram que o Brasil solicita oficialmente a exclusão de itens como alimentos e aeronaves da Embraer da nova tarifa, com caráter emergencial.
**Liberdade de expressão e censura estão entre os principais entraves**
De acordo com fontes diplomáticas, um dos principais motivos apontados por Trump para a imposição da tarifa foi a preocupação com a liberdade de expressão no Brasil. O governo americano afirma que decisões judiciais envolvendo o bloqueio de contas e restrições às redes sociais estariam limitando a atuação das chamadas Big Techs no país.
Na carta enviada por Trump ao presidente Lula, o líder norte-americano menciona a necessidade de um ambiente mais favorável à livre opinião e cobra mudanças para que o diálogo comercial possa ser retomado em termos mais equilibrados.
**Lula pode ligar para Trump, mas o norte-americano espera ação prática**
O presidente Lula estuda realizar uma ligação direta com Donald Trump nos próximos dias. Contudo, fontes ligadas à diplomacia americana informaram que, neste momento, Trump não está interessado em conversas políticas e aguarda ações concretas por parte do governo brasileiro antes de aceitar qualquer contato oficial.
**Alerta do FMI para risco econômico**
O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu um alerta afirmando que uma tarifa de 50% poderá provocar uma queda de até 1,4 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em resposta, o Ministério da Fazenda estuda medidas de apoio a setores prejudicados, como o agronegócio e a indústria, com a oferta de linhas de crédito emergenciais e apoio técnico.
**Resumo dos principais pontos**
* A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entra em vigor no dia 1º de agosto.
* O café, que representa cerca de 33% do consumo norte-americano, será fortemente impactado.
* O governo brasileiro tenta negociar a exclusão de alimentos e aviões da Embraer da nova taxa.
* Os Estados Unidos criticam o ambiente regulatório brasileiro e alegam censura nas plataformas digitais.
* Lula pode tentar um diálogo direto com Trump, que exige ações práticas antes de retomar qualquer conversa.
*O FMI prevê prejuízos econômicos significativos, com impacto direto no PIB nacional.
Enquanto a tensão diplomática aumenta, o setor produtivo brasileiro busca soluções para minimizar os danos. Nos bastidores, o clima é de pressão e incerteza sobre os rumores da relação entre as duas maiores economias do continente americano.
**Redação Aqui Agora MT**
Primavera do Leste – MT | 30/07/2025
