Linha emergencial tenta blindar exportadores contra tarifaço do Trump

Enquanto isso, o setor nacional de pesca protocolou nesta segunda-feira (21.07) um pedido ao governo federal para a criação de uma linha de crédito emergencial específica. A proposta prevê R$ 900 milhões em recursos, seis meses de carência e 24 meses para pagamento.

Publicado em 23/07/2025
Por Aqui Agora

Linha emergencial tenta blindar exportadores contra tarifaço do Trump
Diante das tarifas impostas pelo presidente da EAU, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, o governo de Goiás saiu na frente e anunciou a criação de uma linha emergencial de crédito externa para empresas exportadoras do estado. O pacote inclui condições especiais de financiamento e mecanismos para estimular a oferta de crédito, principalmente para pequenos e médios negócios. Em 2024, os EUA foram o segundo principal destino de exportações do estado, representando US$ 408 milhões.

De acordo com o governo estadual, entre os segmentos que seriam mais afetados pelas tarifas estão as commodities, como soja, carne e resultados do aço. A medida visa mitigar os efeitos da sobretaxa de até 50% sobre commodities como soja, carne e resultados do aço. Os recursos virão de um fundo de fomento baseado em créditos de ICMS sobre exportações, sem dependerem diretamente do Tesouro estadual. 

A taxa de juros será inferior a 10% ao ano, com exigência de manutenção dos empregos durante a vigência do contrato. O governo goiano também pretende instituir um fundo garantido para facilitar o acesso ao crédito privado e criou um grupo de trabalho com representantes do setor produtivo para acompanhar os desdobramentos da crise comercial e propor novas ações. Enquanto isso, o setor nacional de pesca protocolou nesta segunda-feira (21.07) um pedido ao governo federal para a criação de uma linha de crédito emergencial específica. A proposta prevê R$ 900 milhões em recursos, seis meses de carência e 24 meses para pagamento.

A justificativa é uma grave crise de capital de giro que afeta o setor, especialmente após as tarifas impostas pelos EUA — principal destino do pescado brasileiro, representando cerca de 70% das exportações. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), aproximadamente R$ 300 milhões em produtos estão parados em portos, barcos e unidades industriais, sem alternativa viável de comercialização no mercado interno.

A estimativa é que até 35 indústrias e cerca de 20 mil trabalhadores, entre operários e pescadores artesanais, sejam afetados por cortes e paralisações caso não haja resposta rápida. alerta em diversas cadeias exportadoras brasileiras, com estados como Goiás já adotando medidas próprias, enquanto setores estratégicos pressionam Brasília por apoio emergencial e acesso a mercados alternativos. 

Fonte: Pensar Agro