Durante uma reunião com parlamentares da base aliada na Assembleia Legislativa, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), voltou a destacar um dos principais gargalos que travam o avanço do desenvolvimento econômico do estado: o déficit habitacional. Segundo ele, a dificuldade em atrair mão de obra de outros estados está diretamente ligada à falta de moradias dignas para alugar ou comprar.
> "Temos muitas vagas de emprego abertas, principalmente em regiões produtivas, mas o maior desafio tem sido segurar essa mão de obra que vem de fora. O principal entrave é uma moradia. Sem casa para morar, ninguém consegue permanecer", afirmou o governador, em vídeo publicado nas redes sociais.
Na publicação, Mauro Mendes ressaltou que a gestão estadual pretende reforçar os investimentos no setor habitacional. Ele afirmou que o governo está discutindo ações com deputados da base para acelerar programas que ampliem o acesso à casa própria e reduzam o impacto social da falta de habitação, especialmente em municípios que mais crescem com o agronegócio.
### **FETHAB e os Recursos para a Habitação**
A discussão também levanta um debate antigo: a destinação dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB). Criado para fomentar o setor de infraestrutura e habitação, o fundo tem sido alvo de críticas por, ao longo dos anos, destinar maior parte dos seus recursos para obras rodoviárias e não para a construção de moradias.
Nos bastidores, há pressão de parlamentares e prefeitos para que uma fatia maior do FETHAB seja direcionada à construção de habitações populares, principalmente em cidades que enfrentam um crescimento populacional acelerado por conta da expansão agrícola.
### **Interior em Expansão, Moradia em Crise**
Municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum, Primavera do Leste e Campo Verde, polos de produção agrícola, têm dificuldades enfrentadas em absorver a demanda dos trabalhadores por não conseguirem oferecer infraestrutura urbana proporcional. Há relatos de aluguéis em valores elevados e de famílias se aglomerando em residências improvisadas.
Empresários do setor produtivo também alertam para os riscos. "Temos vagas, temos trabalho, temos produção. Mas falta onde essas pessoas podem viver com dignidade", relatou um representante do setor madeireiro no norte do estado.
### **Próximos Passos**
Mauro Mendes sinalizou que novos anúncios poderão ser feitos nos próximos meses com foco em parcerias público-privadas e programas habitacionais populares. A expectativa é que o estado estabeleça linhas de financiamento ou programas de subsídio para famílias de baixa renda, além de parcerias com o setor privado para acelerar a entrega de conjuntos habitacionais.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre o Governo do Estado. Os parlamentares já indicam a necessidade de reverter a aplicação dos recursos do FETHAB e cobram uma resposta mais ágil para um problema que, segundo eles, pode comprometer o futuro do crescimento sustentável de Mato Grosso.
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**Redação | TV Web Primavera**
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