**Em entrevista à RECORD, presidente reforça sua autoridade sobre decisões fiscais e manda recado ao Congresso: "Fazer decreto é responsabilidade do presidente"**
Em entrevista exclusiva à RECORD, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo pretende manter a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), contrariando as expectativas da parte do Congresso que defende a extinção ou a redução do tributo.
O presidente não desistiu da possibilidade de ajustes no imposto futuramente, mas deixou claro que, no momento, a manutenção do IOF é necessária para garantir o equilíbrio fiscal. "Se for preciso mexer, a gente vai avaliar. Mas neste momento, o IOF será cancelado", declarou.
Durante a entrevista, Lula também fez um alerta direto ao Congresso Nacional. Segundo ele, caso o governo precise cortar R$ 10 bilhões do orçamento, as emendas parlamentares poderão ser obtidas. "Se tiver que cortar, é claro que as emendas vão entrar na conta. A responsabilidade de governar é do presidente. Fazer decreto é responsabilidade do presidente", disse, em tom firme.
A declaração evidencia a tensão entre o Executivo e o Legislativo em torno da condução da política fiscal e da execução orçamentária, especialmente em um cenário de pressão por equilíbrio nas contas públicas e cobranças por parte do mercado e de aliados políticos.
O IOF é um imposto federal que incide sobre operações de crédito, câmbio, seguros e títulos mobiliários, e tem sido uma importante fonte de arrecadação para o governo. A sua manutenção, segundo analistas, é vista como uma tentativa de preservação da receita diante de um orçamento apertado.
A fala de Lula repercutiu entre parlamentares e pode acirrar ainda mais o debate sobre a distribuição de recursos e o papel das emendas no orçamento federal.